26.1.10

Preparando para o parto

Na semana passada fizemos um curso de preparação para o parto, durou três dias e foi excelente! Acabei pagando por ele porque no mês de janeiro quase nenhum hospital oferece esses "preparatórios" e também pelo curso ser ministrado com uma visão de parto mais humanizada, totalmente pró parto natural. Considerei um ótimo investimento!
No primeiro dia tivemos um aparato geral sobre o “dicionário da gravidez”, nos familiarizando mais com termos como: tampão, contração, líquido amniótico, romper a bolsa, trabalho de parto, episiotomia e etc. Conversamos sobre como fugir de uma “cesárea desnecessária” e conhecemos um pouco dos mitos sobre o parto normal.
Assistimos o vídeo “Nascer no Brasil” (aliás, super indico. Tem na internet, é só procurar no Google) que mostra entre outras coisas, a dificuldade que é ter um parto natural nesse país – onde o índice de cesariana e mais que o dobro recomendado pela Organização Mundial de Saúde (chega-se a 80% dos parto em hospitais privados).



Evitando as cesáreas desnecessárias

Primeiro quero falar que não sou nenhuma radical, e que esse é o MEU ponto de vista e que cada mulher e mãe deve ter o seu. Acredito que a informação é o melhor caminho, por isso tenho lido bastante sobre o tema. A cesariana, antes de mais nada, devemos frisar, é em muitas ocasiões uma opção (as vezes a única) pra salvar a vida de mãe e filho, mas o que tem ocorrido é a banalização dessa cirurgia (sim, cesariana é uma cirurgia com todos seus riscos), e muitas vezes essa é colocada à gestante/mãe como única alternativa pelo médico, o que nem sempre é o caso.

Casos em que a cesárea é necessária:

- Antes do trabalho de parto:


* Placenta prévia (a placenta se localiza sobre o colo do útero

* Bebê em situação transversa (não é sentado, nem de cabeça pra baixo)

* Herpes genital com lesão ativa no final da gestação

- Durante o trabalho de parto:


* Eclâmpsia (não confundir com pressão alta)


* Prolapso de cordão (o cordão umbilical aparece antes da cabeça do bebê)


* Descolamento prematuro da placenta

Indicações relativas de cesárea:

São quando o profissional percebe que o risco de continuar com o trabalho de parto é maior que o de se fazer uma cesárea, não há risco de morte iminente, mas ele pode aparecer mais à frente. Infelizmente essas indicações têm sido feita de forma equivocada e até mesmo falsa, porque sabemos o quão cômoda (e lucrativa) é uma cesariana né?São elas:


*Desproporção céfalo-pélvica (quando a cabeça do bebê não passa pela bacia da mãe DURANTE O TRABALHO DE PARTO – não há como fazer essa previsão antes!)


* Parada de progressão (quando o parto não evolui)


* Sofrimento fetal agudo


Indicações discutíveis


*Bebê pélvico (“sentado”)


* Duas ou mais cesáreas prévias – apesar dos riscos de ruptura, os estudos falharam em comparar partos sem intervenções e cesáreas eletivas para mulheres que já têm mais de uma cesárea prévia


*Mãe HIV positiva (os riscos para a mulher são muito maiores na cesárea)


Indicações “falsas”


*Circular de cordão ou cordão enrolado: o risco de uma complicação pela circular de cordão é muito menor que uma complicação de uma cesárea para o bebê e para a mãe


* Parto prolongado: não existe “parto que demorou demais”. O parto demorou o tempo certo enquanto mãe e bebê estiverem bem


* Falta de dilatação: não existe esse termo médico!O que existe é a pressa do profissional para aguardar o processo natural. A dilatação demora e às vezes demora mais que o médico está disposto a esperar...


* Passou de 40 semanas: a gestação humana normal vai de 37 a 42 semanas.


* Pressão alta: esse é um dado isolado e como tal não tem valor. Só a presença de outros sintomas poderá indicar se há hipertensão, pré-eclampsia...


* Bebê “muito grande”: não existe limite para peso, desde que a evolução do parto seja boa


* Cesárea prévia: sem dúvida é possível um parto normal para uma mulher que já teve uma cesárea prévia


* Presença de mecônio: assim como a pressão alta, o evento do mecônio isoladamente não quer dizer nada, o que vale mesmo é a vitalidade do bebê.

Enfim, esses são os motivos mais usados pelos profissionais para se ter a cesariana (que geralmente acaba ocorrendo com hora marcada!). Acho que temos que lutar por uma maternidade ativa e aceitar o mínimo de intervenções nesse momento que é o mais importante de nossas vidas. Não estou incentivando ninguém a parir contrariando opinião médica, só entendo que temos que pesquisar muito sobre o assunto, ler, ouvir várias opiniões médicas para não sermos “enganadas”. Claro que quando ouvimos de um profissional que nosso filho pode correr risco de morte, topamos qualquer coisa, inclusive uma cirurgia do porte de uma cesariana, mas o fato é que eles, muitas vezes esquecem da ética profissional e aproveitam de qualquer uma dessas condições para intervir no que deveria ser natural.

Por enquanto é isso.

Amanhã volto pra contar do restante do curso, da saga que estou vivendo em busca de um médico “humanizado” e sobre a reta final da minha gestação!


4 comentários:

Unknown disse...

Oiii Marília...
Adorei a matéria!!!
Eu também sou totalmente a favor do parto normal.

Bjins e uma ótima hora pra vc!

Unknown disse...

Olá,

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Thalita Cavalcante disse...

Amiga, que legal seu texto... tbm sou super a favor do parto normal.

Procurei o vídeo no google mas não achei, se vc tiver o endereço me manda?

Super bj e sucesso!!!

Ame sua Família como se fosse o ultimo dia ! ! ! disse...

Tive parto cesário a 2 anos atras por parada de progressão e agora estou gravida de 39 semanas e desejo muito por um parto normal.